Pensar a militância partidária

Está eleito o novo secretário-geral do Partido Socialista tendo a escolha da maioria dos militantes do PS que votou recaído em António José Seguro, o desfecho era esperado e não causa grande surpresa.
O preocupante nestas eleições do Partido socialista, que corresponderam ao que se passa em outros partidos da nossa democracia, foi o número de votantes, cerca de 35 mil, que correspondem grosso modo a 30% dos militantes do PS. Quando em causa estava a eleição do secretário-geral do maior partido da oposição, num acto em que não havia lista única, votarem somente 30 % dos 116 mil militantes do partido, deve ser motivo de reflexão sobre a participação dos portugueses na vida política e partidária.
Numa eleição em que o PS procura um novo caminho depois de 6 anos de governo os militantes alhearam-se deste acto? Os militantes estão insatisfeitos com a forma de actuação do PS e afastaram-se da militância? Poderíamos continuar a colocar uma série de questões e a todas elas poderíamos ir buscar uma resposta para as interrogações ou para o “ses” de tão baixa participação.
A real resposta pode ser muito mais profunda que a desilusão de uns quantos e o afastamento de meia dúzia. E significa que na realidade os militantes efectivos do Partido Socialista, como de outros partidos, não são hoje os que constam dos documentos oficiais. Este assunto daria pano para mangas, ou seja uma discussão interminável mas necessária.
Há a necessidade urgente, embora as nossas atenções estejam hoje voltadas para as questões económicas e para a grave crise financeira que se abate sobre a Europa, de rever todo o processo de adesão e de manutenção de militantes nos partidos, sob pena de vivermos uma ilusão de participação democrática nos partidos políticos em Portugal.

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